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Dia da Consciência Negra: Vidas — muito — além da resistência e da luta Em

Dia da Consciência Negra: Vidas — muito — além da resistência e da luta Em

Data de Publicação: 18 de novembro de 2024 07:03:00 Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a Revista do Correio traz histórias de luta e superação. Na moda, na gastronomia, na arte, contamos a trajetória de figuras que crescem a cada dia no Distrito Federal

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ESPECIAL

Dia da Consciência Negra: Vidas — muito — além da resistência e da luta

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a Revista do Correio traz histórias de luta e superação. Na moda, na gastronomia, na arte, contamos a trajetória de figuras que crescem a cada dia no Distrito Federal

INÍCIOREVISTA DO CORREIO

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Helena Rosa é proprietária do Crioula Café, no Guará: seis anos de desafios
 -  (crédito:  Kayo Magalhães/CB/D.A. Press)

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Helena Rosa é proprietária do Crioula Café, no Guará: seis anos de desafios - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A. Press)

Entre a resiliência e o choro, a luta para se manter são em uma sociedade que dissemina ódio por questões meramente raciais. Mais do que isso, tentar derrubar séculos de genocídio na tentativa de ser para os seus aquilo que, às vezes, não foram para você: uma referência, alguém que seja espelho para toda uma população. Em vários lugares do mundo, essas representatividades parecem inalcançáveis. Mas há quem tenha conseguido chegar ao topo, mesmo conhecendo o gosto amargo do fundo do poço. 

Tantos desafios e dificuldades, batalhas que parecem não ter fim. Carregar nos ombros o peso de ser exemplo é uma honra para quem sonha em levar a autoestima de todo um povo. Lá atrás, tantos nomes podem ser citados, como Malcom X, Nelson Mandela, Viola Davis e muitos outros. Indivíduos que sonhavam com um mundo igualitário, cercado de direitos diplomáticos e políticos. No Brasil, muito antes, houve aqueles que viraram até data comemorativa, como Zumbi dos Palmares.

Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi formalizado em 2003 e, no ano passado, com a Lei nº 14.759, passou a ser feriado nacional, sancionado pelo presidente Lula. "É uma data de enorme importância. Na verdade, não deveríamos ter apenas um Dia da Consciência Negra — ele deveria ser celebrado o ano inteiro, assim como o Dia dos Povos Indígenas. Todo dia é dia de reconhecer e celebrar a identidade negra e indígena no Brasil", afirma o professor de história do Ceub Edson Violim.

Essa data, ao longo dos anos, ganhou mais força e significado. Para o professor, a influência da cultura africana em nível nacional é imensa, embora alguns setores da sociedade resistam a admitir. Ela está presente na culinária, na música e no esporte, por exemplo. "É bom lembrar que o nosso maior ídolo esportivo, o grande Pelé, era negro. Além disso, nosso jeito de ser, enquanto brasileiros, não foi majoritariamente influenciado pela Europa, mas sim pela África", ressalta Edson Violim.

Além disso, o Dia da Consciência Negra é um lembrete — infelizmente esquecido, muitas das vezes — de que o racismo é uma luta incessante, de toda a sociedade. "Cabe a nós, brasileiros, combatê-los", completa o professor. O Brasil, lembra ele,  foi o país das Américas que mais recebeu africanos escravizados, com milhões de pessoas que vieram, sofreram e foram vendidas como mercadoria, enriquecendo uma parcela da elite brasileira. 

Esse flagelo histórico será, para sempre, uma marca jamais esquecida. Mas, da lamúria e das mazelas que advêm essas cicatrizes, as flores surgem para continuar pavimentando o caminho daqueles que ainda nem chegaram a nascer. Em Brasília, da música até a moda, homens, jovens e mulheres carregam um sonho: elevar a autoestima da população negra.

Mantendo-se firme!

 

Hoje, Carla acredita que pode ser uma referência para meninas e mulheres negras(foto: George Lucas/ Hora por Hora)

 

Como se amar quando lhe ensinaram, na infância, que você não é o padrão? Essa era uma das perguntas que a jovem Carla Pinheiro, 21 anos, fazia para si mesma. Por muito tempo, beleza era algo que a modelo não via no reflexo do espelho. Quando criança, levava no coração o desejo de ser modelo. Quase como um propósito maior do que ela, não chegava a crer firmemente que isso daria certo. Mas, enquanto crescia, um momento em específico mudou toda a sua vida.

“Não via beleza e potencial em mim. Mas, quando ganhei o meu primeiro título de beleza negra na escola, percebi que isso realmente poderia acontecer. Hoje, sigo lutando e vivendo experiências incríveis”, conta. Entre os trabalhos como modelo e as viagens para divulgar inúmeras marcas, Carla vive apenas o começo daquilo que acredita ser uma grande bênção. No entanto, quanto mais ganha destaque, mais alvo vira de comentários preconceituosos e racistas.

Ela os rebate com bom humor nas redes sociais, vídeos engraçados e registros que destacam a beleza de seus cabelos cacheados. Com tanto conteúdo, Carla acumula mais de 80 mil seguidores na internet e milhões de visualizações. Mesmo assim, ao abrir cada postagem, ainda existem aqueles que continuam questionando seu talento. “A luta é frequente, não para. Já passei e passo por muitos desafios em relação ao racismo, mas preciso me manter firme, porque sei onde quero chegar.”

 

Carla Pinheiro é moradora de Santa Maria(foto: George Lucas/ Hora por Hora)

 

Lugar esse que não é tão acessível, sobretudo quando se é mulher negra. Mas, para quem mora em Santa Maria e está distante da elite brasiliense, até que ela chegou bem longe. Apesar da resiliência que adquiriu durante a jornada, é inevitável falar sobre o quanto as violências raciais lhe afetaram. Conviver com a dúvida e a incerteza de quem se é são apenas alguns dos sentimentos que ela aprendeu a suportar. 

“Convivo com esse questionamento em todos os dias da minha vida. Às vezes, não sinto que sou boa o suficiente para viver do meu sonho e, infelizmente, isso é algo que o racismo me faz sentir. Temos que fazer 100 vezes melhor, e ainda corremos o risco de fracassar. Não por falta de capacidade e, sim, porque não veem potencial em uma pessoa preta. Isso acontece em todas as profissões”, acrescenta.

Por muito tempo, Carla se olhava no espelho e odiava seus traços, seu cabelo e sua cor. “Hoje, tudo mudou, eu me sinto bonita. E o que me fez mudar isso foi me conscientizar que existem muitas meninas que são parecidas comigo e se inspiram em mim”, revela a jovem. Para seguir em frente, a modelo se apega aos comentários positivos — bem maiores e mais importantes que os negativos — nas inúmeras mensagens carinhosas que recebe, em especial quando dizem que é uma inspiração para jovens e mulheres negras. “Isso é suficiente para me fazer continuar”, finaliza. 

Uma estrada gloriosa 

Brasília é um celeiro de grandes músicos e artistas talentosos. Pessoas que fazem da arte um manifesto e uma luta contra o ódio e o preconceito. Levando, com todo o acalento do mundo, um pouco de leveza e inspiração para os que necessitam. Ellen Oléria, 42 anos, certamente é uma dessas tantas histórias iluminadas do quadradinho. Nascida no Lago Sul e criada entre Ceilândia e Taguatinga, ela chega, em 2025, aos 25 anos de carreira.

 

Para Ellen, o mercado da música é um grande desafio para mulheres negras(foto: Diego Bresani)

 

Apesar da longa estrada, manter-se consolidada ou até mesmo alcançar esse posto, não é nada fácil. Muito menos quando se reflete sobre os desafios que é ser uma referência para aqueles que cresceram sem saber o que é isso. "Viver da música é um privilégio, muitos parceiros da área não conseguem. Quando penso na minha caminhada, só me vem à cabeça uma palavra: gloriosa", afirma. Mas não há apenas luminosidade ao longo da ponte entre o sonho e a realização.

Em boa parte desse trajeto, os percalços e o desânimo. Aliados a isso, o fato de ser uma mulher negra em busca de um sucesso que sempre pareceu distante. "O mercado é um grande desafio para nós, mulheres negras. Pensar nessa inserção de uma maneira igualitária ainda é uma utopia, mas a gente segue na peleja. Atualmente, temos expoentes mostrando que é possível, sim, ressignificar nossa história e pensar nela a partir de outros lugares", destaca. 

Nos momentos em que esmoreceu, precisou de resiliência para persistir. Não somente isso, como a ajuda de parceiros e parceiras, para que não se sentisse sozinha nessa guerra histórica. "Sou muito grata às minhas produtoras, minhas parceiras, amigas que sempre investiram energia em mim. Muita fé também de acreditar no trabalho que não se deixava abater", detalha. De fato, ter uma rede de apoio foi primordial para que Ellen não se distanciasse do propósito, tampouco da ideia de ser uma representante negra e mulher nos palcos do mundo. 

Depois do sucesso

Na visão da artista, tudo mudou desde o início de sua caminhada na música. Ter o reconhecimento do público foi determinante para que várias portas se abrissem. Em 2012, por exemplo, é possível citar sua belíssima participação no programa The Voice, quando ganhou holofotes nacionais. "Encontrei mais credibilidade, tanto dos críticos quanto da imprensa. Tudo isso foi importante para como eu seria vista dali em diante e para pensar o lugar que ocupo na música. Meus fãs me carregaram no colo."

Como musicista, ela acredita que a arte pode ser uma ferramenta fundamental na luta contra o racismo. "O jazz é preto, o blues é preto, o hip-hop é preto, o rock é preto. No Brasil, o coco é preto, o forró é preto, o samba é preto. Como grande referência nossa, a Alaíde Costa, para dizer que a bossa nova também tem raízes pretas. Se a gente olhar com carinho para o que conseguimos produzir até aqui, vamos ver que o povo preto é iluminado, que sobreviveu a um dos maiores genocídios da história da humanidade para construir preciosidades", menciona.

Para o futuro, o desejo é de continuar sendo uma voz além da música. Retribuir o carinho do público e ser um espelho para a população negra. Levar o que aprendeu em Brasília para os quatro cantos do mundo e retribuir todo afeto que sempre recebeu com canções. "Onde eu for, o Distrito Federal vem comigo. Meu público, minha cidade, sou muito grata por tudo isso. Quero encher esse mundo de beleza."

Um sonho quilombola

 

Revista. Dia da consciência negra. Na foto, Helena Rosa, proprietária do Crioula Café.(foto: Kayo Magalhães/CB/D.A. Press)

 

Por trás de um sonho empresarial, a belíssima história de alguém que nunca desistiu. Helena Rosa, 40 anos, é proprietária do Crioula Café, localizado no Guará II. Com seis anos de existência do espaço, o caminhar como empreendedora negra tem sido motivo de muito orgulho e privilégio. "Como um prazer, posso citar o orgulho que tenho em produzir um cardápio autoral, que me dá a nítida sensação de protagonismo e autonomia, comunicados através dos alimentos e pratos servidos. Isso traz um pouco da minha jornada pessoal", comenta.

Enquanto mulher negra, os desafios sempre existiram — e permanecem. "Posso falar sobre a dificuldade de atravessar barreiras atitudinais com relação a resistências ainda enfrentadas quando os negros estão em posição de destaque. É um assunto que precisa ser tratado e debatido socialmente. Tenho visto que o empreendedorismo negro tem assumido mais espaço social, isso me conforta por saber que esta não é uma luta solitária. Mas ainda tenho um pouco da sensação de carregar comigo um certo vanguardismo, o que não deixa de ser ainda cansativo", completa.

O Crioula Café, até o momento, tem sido um sucesso. A começar, claro, pelo nome. Helena conta que, de início, o conceito do estabelecimento foi a primeira parte a ser definida. Em seguida, pensou em uma temática quilombola, que remetesse suas memórias de infância no quilombo. Para que tudo isso conversasse entre si, o intuito, no fim, era representar a cultura negra e criar uma conexão especial com os clientes.

"Inicialmente, fui advertida para não usar esse nome, devido à carga de preconceito que poderia gerar. Mas um sentimento interno me dizia para seguir com essa ideia. Daí, surgiu o Crioula Café." Diante de tantos desafios como empresária nesses últimos anos, Helena cita a pandemia como um dos maiores. Afinal, o negócio era recente e estava começando a se estabelecer. 

Apesar do início difícil, a casa conquistou relevância social e comercial em Brasília. Mesmo com os questionamentos se o estabelecimento daria certo, Helena se manteve firme no propósito, acreditando que o projeto, e a missão que viria com ele, sairia do papel. "Com a cafeteria consolidada pelo público, eu me sinto muito mais segura para alçar novos voos. Alguns caminhos têm se apresentado como alternativas interessantes. Precisamos estudar para que essa expansão se dê da forma mais responsável possível. Na minha mente sonhadora de criança quilombola, eu já vejo o Crioula Café pelo Brasil afora."

A importância da arte

Ser artista, no Brasil, é seguir um caminho desafiador. Quando se é poeta negro, as barreiras a serem superadas são ainda maiores. Jorge Amancio, do alto de seus 72 anos, sabe bem o que essa realidade significa. Nascido no Rio de Janeiro, chegou à capital em 1976. “Nessa batalha diária, consegui ter cinco livros publicados, dentre eles os dois mais recentes: Haikus em preto e branco, pela AVÀ, e o Leopardo que mata moscas inoportunas, pela Aldeia de Palavras, ambos em 2023”, menciona. 

Quando o escritor afrodescendente publica um livro, é hora de comemorar — e muito. Assim acredita Jorge, pois poucos têm a dimensão do quão difícil é superar esse primeiro degrau, sobretudo no que diz respeito à parte financeira. Isso, incluindo as dificuldades que é conseguir uma editora. “Pensei várias vezes em desistir”, confessa. O primeiro livro foi publicado em 2007. Nessa época, ele já tinha um grau de maturidade elevado, graças ao convívio com os movimentos negros da cidade. 

A casca, se assim pode ser chamada, estava mais forte do que nunca. Aprendeu a lidar com as dificuldades, as críticas e a experiência de ser poeta negro. Para se tornar um dos grandes artistas de Brasília, assumiu a poesia como arte de primeira grandeza. Sendo artífice da palavra, como gosta de descrever, passou a ser mais atento e observador, estudando todas as ferramentas para desenvolver sua escrita da melhor maneira possível. Desse modo, o reconhecimento pelo trabalho chegaria inevitavelmente. 

 

Jorge Amancio é um dos principais poetas negros de Brasília(foto: Arquivo pessoal)

 

É necessário, em sua visão, estar sempre conversando, aprendendo e participando. Ser um rosto para aqueles que almejam pode ser, por vezes, um fardo. Mas, sem dúvidas, um grande privilégio. “A arte pode representar uma época, uma imagem, um conteúdo, uma música de palavras grafada no universo das artes. Pode-se, sim, colocar a poesia em prol de um movimento, a poesia da negritude, a poesia feminina, a poesia LGBTQIA+, a poesia por uma causa”, pontua Jorge.

Um impacto de suma importância e essencial para a luta contra as desigualdades. A escrita faz parte integral da rotina do artista, que continua sendo um exímio curioso desse bem milenar. “Tenho trabalhado poemas afrofuturistas, em que a raça negra é a protagonista, com seus ancestrais, numa visão do cosmo para um futuro. Estou numa fase boa no campo da produção, tenho três livros afrofuturistas, poesia de invenção, poesia de circunstância e muitos outros poemas prontos para publicar. Enquanto existirem palavras, o elemento básico da criação poética, vamos trabalhando.”

 

Jorge acredita que há muitos desafios a serem superados quando se é poeta negro(foto: Arquivo pessoal)

 

Sobre racismo e representatividade 

A priori, o Dia da Consciência Negra não foi pensado para ser feriado, justamente para que as escolas, em especial nessa data, refletissem sobre a questão racial. Segundo a professora Renísia Cristina Garcia Felice, coordenadora da Questão Negra — Secretaria de Direitos Humanos/UnB — o intuito, à medida que o tempo passava, era urgente construir um significado cada vez mais robusto e encorpado para esse momento de conscientização.

Uma reflexão que fosse pautada, fomentada e forjada na luta do momento negro diante da invisibilidade do debate racial. “É uma necessidade que o 20 de novembro exista, mas que se houvesse maior consciência dos brasileiros sobre as invisibilidades da população negra, a violência que incide os corpos negros, o 20 de novembro seria uma data que combinaria com reflexões que já estariam acontecendo em todos os espaços”, destaca. 

O diálogo e a luta pela causa, como ressalta a especialista, devem acontecer em todas as áreas, a qualquer momento. Pensar sobre os impactos do racismo estrutural, institucional e individual, que incide sobre esses corpos negros, faz com que o combate contra a desigualdade no Brasil, que é econômica, mas marcadamente racial, ganhe cada vez mais força. “A raça marca a classe no país, sem sombra de dúvida. É uma reflexão que precisa acontecer sempre.”

Construir uma trilha para que as pessoas compreendam as configurações históricas. e levar informações sobre o racismo. é um dos trabalhos mais importantes a serem feitos — ao menos que a sociedade deveria considerar. De acordo com a professora, ilustrar as condições nas quais a população negra e indígena foi colocada em uma posição de subalternidade, tanto do ponto de vista material quanto simbólico, é um caminho para se pensar na desconstrução do racismo. 

“Precisamos de legislações muito robustas e ações e práticas no estado brasileiro. Competentes, qualificadas e direcionadas para coibir as violências que extirpam corpos negros, de homens negros e mulheres negras, de uma forma estarrecedora, excludente e absurda. Temos situações que estão se complicando cada vez mais, do ponto de vista dessa violência do Estado, dessa questão desse perfilamento racial. Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, o Brasil como um todo, mas esses três estados estão se destacando muito em relação à violência sobre esses corpos negros”, esclarece Renísia.

Em relação a figuras negras em posições de destaque, a coordenadora afirma que a questão da representatividade é algo que se coloca e se impõe vergonhosamente devido à ausência desses indivíduos em postos hierárquicos mais altos, como doutores, professores, médicos ou engenheiros. “É vergonhoso, no país onde cerca 56% a população se autodeclara negra, você ter poucos diplomatas, poucas pessoas de referência que sejam negras, isso é regulador do racismo. A representatividade se coloca como uma necessidade”,

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