Bombeiros que combateram incêndios no Amazonas retornam a Brasília
Data de Publicação: 2 de agosto de 2024 13:07:00 ?Missão contou com 20 militares e teve duração de 56 dias. Equipe foi dividida entre as cidades mais afetadas pelo fogo, localizadas no sul do estado Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
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Agência Brasília
01/08/2024 às 19:28, atualizado em 01/08/2024 às 19:51
Bombeiros que combateram incêndios no Amazonas retornam a Brasília
Missão contou com 20 militares e teve duração de 56 dias. Equipe foi dividida entre as cidades mais afetadas pelo fogo, localizadas no sul do estado
Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger
A equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) enviada para ajudar no combate às chamas na floresta amazônica regressou ao Distrito Federal nesta quinta-feira (1º). A missão contou com a dedicação de 20 militares especializados em prevenção e combate a incêndios florestais, que passaram 56 dias trabalhando intensamente para proteger o bioma amazônico, em conjunto com a Força Nacional.
Enviados no dia 6 de junho, os militares foram divididos nas cinco cidades mais afetadas pelo fogo, no sul do estado, tendo como base o município de Humaitá. A equipe levou mochilas costais, sopradores, abafadores, motosserras, aparelhos de GPS, motobombas, lanternas, sacos de dormir, facões e cantis. Os equipamentos auxiliaram na contenção das chamas, na confecção de aceiros – faixas de terreno sem vegetação que funcionam como barreiras contra a propagação do fogo – e na desobstrução de estradas.
“Os desafios foram inúmeros. Estivemos em outro bioma, totalmente diferente do nosso, que é o Cerrado, mas, conseguimos sair dessa situação, vencemos”, celebra o tenente Glécio Monteiro, que capitaneou a equipe. “Estar com a minha família é fechar com chave de ouro uma missão que me deram e eu conquistei. Para mim é mais que uma medalha olímpica estar de volta e ter vencido os desafios que me deram.” A operação de combate ao fogo no Amazonas começou em abril, sendo que em 5 de julho o governo do estado decretou emergência ambiental em 22 dos 62 municípios.
Reencontro
O sargento David Lima salientou que os militares tiveram que se adaptar ao bioma amazônico, que requer estratégias diferentes de enfrentamento a incêndios. Ele acrescenta que a equipe terá o momento de descansar, mas, em breve, estará disponível para novos combates. “A dificuldade foi muito grande por causa da vegetação, que a gente ainda não conhecia. A floresta amazônica tem muitos desafios, muita coisa difícil de lidar, mas conseguimos e estamos aqui bem, junto com a família e é o que importa. Vamos matar a saudade e nos preparar para outra.”
Já a enfermeira Sueli Medeiros, 49, conta que nunca tinha ficado tanto tempo distante do esposo, o tenente Glécio Monteiro. “A preocupação é muito grande – com a alimentação, com a forma que estão dormindo, com a saúde. Mas fico muito agradecida por ter um esposo tão corajoso, tão guerreiro, que veste a camisa do CBMDF”, compartilha. “A gente sabe que é uma missão que não é para qualquer um, mas para quem veste a camisa de ser o bombeiro. Para ser bombeiro, você tem que nascer com a vontade de cuidar, de ajudar o próximo e não só o ser humano, a fauna e a flora.”
Filha de Sueli e Glécio, a estudante Ana Carolina Medeiros, 19, não conteve a felicidade em reencontrar o pai. “Não é a primeira vez que ele vai pra uma viagem assim, mas nunca tinha sido tão demorado. Foram dois meses sem o meu pai aqui”, disse. “Fiquei com muita saudade, mas também com orgulho de saber que o meu pai está participando dessas coisas, apagando fogo, ajudando outros estados a se recuperar.”
Quem também esperou o tenente Glécio Monteiro no pátio do Grupamento de Proteção Ambiental (GPram) foi o aposentado Geraldo Magela, 81. “Eu, como pai, me sinto muito orgulhoso do meu filho por participar de uma missão honrosa como essa. Fico muito feliz com isso e estou ansioso para chegar e dar um abraço nele e agradecer por tudo”, desabafou.
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Solidariedade
Em 26 de julho, os 30 integrantes do CBMDF enviados para ajudar no combate às chamas no Pantanal voltaram para casa. Eles embarcaram em 26 de junho para a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, considerada o berço do bioma. A operação consistiu em trabalhar em conjunto com a Força Nacional, o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, o PrevFogo — por meio do Ibama e do ICMBIO —, com atividades em 13 bases diferentes.
Em maio deste ano, a corporação também mandou uma equipe de militares para missão humanitária no Rio Grande do Sul, com atuação em diversas frentes em prevenção, busca, salvamento e resgate de vítimas em decorrência das catástrofes climáticas que assolaram o estado.
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