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Com que frequência você deve lavar seus lençóis e travesseiros

Com que frequência você deve lavar seus lençóis e travesseiros

Data de Publicação: 6 de outubro de 2024 09:15:00 Nossos lençóis e travesseiros são onde passamos um terço do nosso dia a dia, e todo esse contato cria o ambiente perfeito para todos os tipos de hóspedes indesejados. Início

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Nossos lençóis e travesseiros são onde passamos um terço do nosso dia a dia, e todo esse contato cria o ambiente perfeito para todos os tipos de hóspedes indesejados.

INÍCIOCIÊNCIA E SAÚDE

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Os hospitais lavam os lençóis sob temperaturas muito altas, para tentar matar o máximo possível de micróbios -  (crédito: Getty Images)

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Os hospitais lavam os lençóis sob temperaturas muito altas, para tentar matar o máximo possível de micróbios - (crédito: Getty Images)

Depois de um longo dia, nada como a sensação de afundar em uma cama quente, apoiar a cabeça sobre um travesseiro macio e se aninhar em um edredom aconchegante.

Mas não somos apenas nós, seres humanos, que nos deitamos felizes na nossa cama. Basta olhar um pouco mais a fundo e você irá se horrorizar ao saber que suas roupas de cama são o lar de milhões de bactérias, fungos, ácaros e vírus.

Eles também acham que a sua cama é um paraíso – um lugar quente para o seu desenvolvimento, coberto de suor, saliva, células mortas da pele e partículas de alimentos que servem de banquete.

Vejamos os ácaros, por exemplo. Nós liberamos 500 milhões de células da pele por dia. Para os minúsculos ácaros do pó, este é um bufê livre.

Infelizmente, os insetos e seus dejetos podem causar alergias, asma e eczemas. E os lençóis também são um paraíso para as bactérias.

Em 2013, pesquisadores do Instituto Pasteur de Lille, na França, analisaram os lençóis de pacientes nos hospitais. Eles descobriram que os lençóis sujos estavam repletos de bactérias Staphylococcuscomumente encontradas na pele humana.

A maior parte das espécies de Staphylococcus é benigna, mas algumas, como S. aureus, podem causar infecções da pele, acne e até pneumonia em pacientes com sistemas imunológicos mais fracos.

"As pessoas carregam bactérias como parte do seu microbioma da pele e podem eliminá-las em grandes quantidades", explica a microbióloga Manal Mohammed, da Universidade de Westminster, no Reino Unido. Ela não participou do estudo feito na França.

mão de pessoa internada
Getty Images
Os hospitais lavam os lençóis sob temperaturas muito altas, para tentar matar o máximo possível de micróbios

"Embora estas bactérias sejam tipicamente inofensivas, elas podem causar doenças sérias se entrarem no corpo através de feridas abertas, que são mais comuns em hospitais", segundo Mohammed.

Os hospitais são uma rica fonte de dados porque eles levam a higiene a sério. As roupas de cama e os travesseiros são lavados entre um paciente e outro.

Em 2018, cientistas da Universidade de Ibadan, na Nigéria, encontraram E. coli em roupas de cama de hospitais não lavadas, além de outras bactérias patogênicas conhecidas por causarem infecções urinárias, pneumonia, diarreia, meningite e sepse.

Roupas de cama sujas representam um risco real de infecção nesses ambientes.

Em 2022, pesquisadores coletaram amostras dos quartos de pacientes hospitalizados com mpox, na época chamada de varíola dos macacos. Eles descobriram que a troca de roupas de cama liberava partículas virais no ar.

Acredita-se que, em 2018, um profissional de assistência médica britânico tenha contraído a doença ao ser exposto ao vírus durante a troca das roupas de cama de um paciente.

Os hospitais precisaram instituir procedimentos rigorosos para limitar a transmissão, pelo menos nos países mais desenvolvidos.

"Os hospitais lavam as roupas de cama em temperaturas muito altas, o que mata a maior parte das bactérias", afirma o professor de doenças infecciosas e saúde global David Denning, da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Mas existe uma exceção, que é a bactéria C. difficile. Ela causa diarreia, especialmente em idosos. Segundo Denning, a lavagem dos lençóis pode destruir até a metade das bactérias C. difficile, mas seus esporos são difíceis de matar.

Ainda assim, os índices de infecção por C. difficile diminuíram no Reino Unido, o que indica que os procedimentos padrão de lavagem nos hospitais, quando seguidos corretamente, são suficientes para manter muito baixo o risco de transmissão.

É claro que é mais provável encontrar bactérias patogênicas nas roupas de cama dos hospitais, onde dormem pessoas doentes, do que entre pessoas saudáveis. Mas o que acontece nos travesseiros e roupas de cama comuns em nossas casas?

Em 2013, a empresa de camas norte-americana Amerisleep divulgou ter retirado amostras de uma fronha que não havia sido lavada por uma semana. Ela continha cerca de 465 mil bactérias por centímetro quadrado – cerca de 17 mil vezes mais do que a média dos assentos sanitários.

Em 2006, Denning e seus colegas coletaram seis travesseiros de amigos e familiares. Eles estavam em uso comum e tinham 18 meses a 20 anos. Todos eles continham fungos, especialmente da espécie Aspergillus fumigatus, normalmente encontrada no solo.

mão segurando amostra
Getty Images
Os lençóis e travesseiros que ficam úmidos com o suor oferecem um ambiente perfeito para o desenvolvimento de fungos e bactérias

"Em termos de números, estamos falando em bilhões ou trilhões de partículas fúngicas em cada travesseiro", segundo Denning.

"Achamos que o motivo por que encontramos tantos [fungos] é porque a cabeça da maioria de nós sua durante a noite. Todos nós também temos ácaros nas nossas camas e as fezes do ácaro da poeira fornecem alimento para o fungo sobreviver."

"E, é claro, o travesseiro é aquecido todas as noites, já que a nossa cabeça repousa sobre ele. Por isso, você tem umidade, você tem alimento e você tem calor", explica ele.

Como a maioria de nós raramente lava os travesseiros, os fungos permanecem em um estado razoavelmente tranquilo e podem sobreviver por anos. Eles só são perturbados quando afofamos os nossos travesseiros, o que pode liberar esporos fúngicos no quarto.

Mesmo se os lavarmos, os fungos podem sobreviver sob temperaturas de até 50 °C. E, de qualquer forma, a lavagem aumenta a umidade dos travesseiros, permitindo que os fungos se desenvolvam ainda mais.

Considerando o tempo que as pessoas passam dormindo e a proximidade entre o travesseiro e a boca, esta descoberta traz consequências importantes para pacientes com doenças respiratórias, especialmente asma e sinusite.

Até a metade das pessoas com formas graves de asma sofre de alergia a Aspergillus fumigatus. E a exposição ao fungo também pode causar doenças pulmonares crônicas em pessoas que já tenham sofrido tuberculose ou doenças pulmonares relacionadas ao fumo.

Segundo Denning, 99,9% dos indivíduos com sistemas imunológicos saudáveis podem enfrentar facilmente a inalação de esporos fúngicos de A. fumigatus. Mas, em pessoas imunocomprometidas, o fungo pode superar as defesas enfraquecidas do hospedeiro e causar infecções potencialmente mortais.

"Se você tiver leucemia, se houver passado por um transplante de órgãos, ou tiver a infelicidade de ir para a UTI com covid ou influenza, você pode ter a chamada aspergilose invasiva, que ocorre quando o fungo simplesmente entra nos pulmões e se desenvolve, destruindo o tecido pulmonar", explica Denning.

gato deitado na cama
Getty Images
Deixar que animais de estimação durmam na cama pode aumentar a quantidade de bactérias nos lençóis e fronhas

Mas, se lavar os travesseiros não adianta, o que podemos fazer?

Para Denning, se você não tiver asma, condições pulmonares ou sinusite, deve considerar a troca do seu travesseiro a cada dois anos. Mas as pessoas que sofrem dessas condições devem comprar um travesseiro novo a cada três a seis meses.

Já quanto à frequência de lavagem das roupas de cama, a maioria dos especialistas recomenda que ela seja feita semanalmente. E passar a ferro, além de lavar, também reduz a quantidade de bactérias dos lençóis.

"Se você tiver tempo sobrando, pode passar cuidadosamente todos os seus lençóis", segundo Denning, "mas todos nós temos bactérias no corpo, de forma que [para uma pessoa saudável] isso realmente não importa."

"Mas, se você for doente e vulnerável, passar pode ser mais importante e, se você tiver uma criança que molhe a cama, sem dúvida é preciso ser um pouco mais criterioso na hora de lavar e usar altas temperaturas na lavagem."

Ter um animal de estimação dormindo na cama também aumenta a quantidade de fungos e bactérias. O mesmo acontece se não tomarmos banho antes de dormir, se formos para a cama com meias sujas ou se dormirmos com loções ou maquiagem na pele. E ainda não falamos no café da manhã ou lanche noturno na cama.

"Não estou dizendo que ninguém deveria comer na cama, mas acho que, se você comer, é importante lavar os lençóis com bastante frequência", explica Denning.

"E acho, honestamente, que uma vez por semana pode não ser suficiente."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.

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Ana Bottallo
São Paulo-SP

A pandemia da Covid, embora ainda seja responsável por cerca de cem mortes por dia, parece estar cada vez mais próxima dos seus dias finais.

O convívio com o coronavírus, ao que tudo indica, está perto de uma situação de equilíbrio, quando o número de novos casos se aproxima do patamar conhecido para outros vírus respiratórios, como gripe e vírus sincicial respiratório (VSR). Isso não significa, no entanto, que já estamos completamente livres do vírus.

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A onda de frio fora de época em boa parte da região Sudeste do país tem provocado novos casos de gripe que já levaram à lotação de hospitais. Além disso, boa parte da população mais jovem, incluindo as crianças com menos de 5 anos, ainda não foi vacinada contra a Covid.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a nova onda de resfriados e gripes é causada em grande parte por influenza A H3N2 (vírus da gripe), que apresentou um período de sazonalidade diferente neste ano, em consequência da própria pandemia da Covid.

“Estamos provavelmente no melhor período de convívio com o coronavírus, e por isso mesmo, com o relaxamento das medidas, volta às aulas e volta de aglomerações, o influenza está circulando bastante, aliado a uma baixa cobertura da vacina contra gripe”, explica o pediatra e diretor de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.

Nesse cenário, os sintomas de gripe e Covid podem se confundir, especialmente nas pessoas que já receberam o esquema vacinal completo -hoje, considerado como três doses primárias de qualquer um dos imunizantes com duas doses ou duas doses da Janssen seguidas de reforço.

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Veja abaixo quais são os principais sintomas de gripe e Covid, como se proteger e quais medidas tomar se você apresentar gripe ou resfriado por um dos vírus.

Como diferenciar os sintomas de gripe e Covid?

Segundo os especialistas, a diferenciação dos sintomas de gripe e Covid não é clara, especialmente em pessoas vacinadas. Em geral, os sintomas mais comuns da infecção pela variante ômicron do coronavírus são dor de garganta, dor de cabeça, coriza e fadiga (cansaço). Outros sintomas que podem aparecer são espirros, tosse, febre, dores no corpo e perda de olfato ou paladar, embora este último não seja mais tão comum quanto com as outras variantes do coronavírus.

Para Kfouri, os sintomas de gripe e Covid em pessoas vacinadas com pelo menos três doses são quase indistinguíveis. “Pode até ser que a influenza dê mais febre alta, chega com um mal-estar mais forte já no primeiro dia, enquanto a Covid demora de 1 a 3 dias para manifestar os sintomas, pode dar mais dor de garganta, perda de olfato. Mas a única maneira de diferenciar é com teste”, explica.

Segundo o infectologista e diretor médico do Grupo Fleury, Celso Granato, a alta circulação do vírus influenza neste momento, especialmente em São Paulo, é refletida também nos exames laboratoriais. “Há duas, três semanas, quando ainda era o período do inverno, eram notificados dois, três casos de gripe por semana. Agora, na semana que passou, foram 1.480 casos, e na semana anterior, 1.577, ou seja, uma explosão”, explica.

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Para ele, a maior circulação do vírus da gripe pode indicar que a probabilidade de uma infecção hoje ser por influenza é maior do que pelo coronavírus, cuja positividade dos testes está em torno de 1,5% a 2%. “Mas ainda temos casos, embora muito menos do que no início do ano.”

Para Raquel Stucchi, professora da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia de São Paulo (SBI-SP), em um cenário ideal teria exame para influenza também na rede pública, mas a oferta é muito escassa. “Fazer o teste quando apresenta sintomas gripais para descartar ou não se é Covid é o primeiro passo”, diz.


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