Saúde do DF reforça pediatria para garantir atendimento de doenças respiratórias
Data de Publicação: 21 de janeiro de 2025 06:31:00 Serão investidos R$ 17 milhões na contratação de profissionais. Foco é o período de aumento de doenças respiratórias, que vai de fevereiro a junho Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger
Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger
A Secretaria de Saúde (SES-DF) vai investir R$ 17 milhões para reforçar o atendimento a crianças e adolescentes no período de aumento de casos de doenças respiratórias, que vai de fevereiro a junho. Está aberto o edital para a contratação de pediatras para atuar nas emergências de oito hospitais da rede pública.
A secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, ressalta que a contratação busca garantir o acesso e a qualidade do atendimento diante do aumento da circulação dos vírus que comprometem a saúde das crianças. “Por isso nós precisamos reforçar as portas das emergências dos hospitais da rede pública do Distrito Federal entre os meses de fevereiro e junho, período de sazonalidade das doenças respiratórias infantis”, afirma.
O edital, disponível no site da pasta, prevê a contratação de empresas especializadas que deverão oferecer 14.048 horas de serviços de pediatria. Os profissionais vão atender nas emergências dos hospitais regionais de Brazlândia (HRBz), Ceilândia (HRC), Guará (HRGu), Planaltina (HRPL), Região Leste (HRL), Sobradinho (HRS), Taguatinga (HRT) e Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
O Hmib, principal referência em pediatria no DF, receberá o maior reforço, com 4 mil horas de trabalho. “É um reforço necessário para garantir que as crianças tenham acesso ao atendimento rápido e eficaz, mesmo durante os períodos de maior pressão sobre o sistema de saúde”, explica Florêncio.
Investimento para ampliar o atendimento
A gestora da saúde destaca que a contratação foi necessária após várias medidas visando o reforço no atendimento à população. Atualmente a SES-DF conta com 467 pediatras e em 2022 foi aberto concurso público para contratação de 124 novos médicos, mas apenas 40% das vagas foram preenchidas. O déficit atual chega a 172 profissionais.
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“Para suprir essa escassez de mão de obra de médico pediatra, especialidade de difícil provimento em todo o país, partimos agora para a modalidade de contratação de pessoa jurídica, um modelo já experimentado em outros estados, com grande sucesso e respaldo jurídico”, detalha a gestora.
O Distrito Federal teve aumento, de 2022 até hoje, de mais de 100 leitos de UTI. “São leitos extremamente importantes dentro de uma cadeia de cuidado. Hoje, nós temos 117 leitos pediátricos, 98 leitos de UTI neonatal e 293 para adultos”, explica Florêncio.
De acordo com a secretária, outras iniciativas realizadas para garantir o atendimento da população incluíram a contratação de horas adicionais e ampliação da carga horária de pediatras de 20 para 40 horas semanais. “Diante do déficit de pediatras e do aumento da demanda causado pela circulação de diferentes vírus, implementamos a abertura de um concurso interno para que médicos da SES que ingressaram com outras especialidades, mas concluíram residência em pediatria, possam mudar de especialidade.”
A secretária também ressaltou a ampliação do atendimento pediátrico nas UPAs do Distrito Federal. “Já estamos oferecendo pediatria 24 horas nas UPAs de São Sebastião, Ceilândia I, Recanto das Emas e Sobradinho II, e em breve o serviço será estendido às UPAs de Samambaia e Núcleo Bandeirante, que possuem estrutura de duplo fluxo para atender adultos e crianças”, explicou. Além disso, foi demandada ao IgesDF a contratação de oito pediatras para reforçar a equipe do Hospital Regional de Santa Maria. “Nosso objetivo é atender à crescente demanda e garantir um atendimento de qualidade”, completou.
*Com informações da SES-DF
Ana Bottallo
São Paulo-SP
A pandemia da Covid, embora ainda seja responsável por cerca de cem mortes por dia, parece estar cada vez mais próxima dos seus dias finais.
O convívio com o coronavírus, ao que tudo indica, está perto de uma situação de equilíbrio, quando o número de novos casos se aproxima do patamar conhecido para outros vírus respiratórios, como gripe e vírus sincicial respiratório (VSR). Isso não significa, no entanto, que já estamos completamente livres do vírus.
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A onda de frio fora de época em boa parte da região Sudeste do país tem provocado novos casos de gripe que já levaram à lotação de hospitais. Além disso, boa parte da população mais jovem, incluindo as crianças com menos de 5 anos, ainda não foi vacinada contra a Covid.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a nova onda de resfriados e gripes é causada em grande parte por influenza A H3N2 (vírus da gripe), que apresentou um período de sazonalidade diferente neste ano, em consequência da própria pandemia da Covid.
“Estamos provavelmente no melhor período de convívio com o coronavírus, e por isso mesmo, com o relaxamento das medidas, volta às aulas e volta de aglomerações, o influenza está circulando bastante, aliado a uma baixa cobertura da vacina contra gripe”, explica o pediatra e diretor de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.
Nesse cenário, os sintomas de gripe e Covid podem se confundir, especialmente nas pessoas que já receberam o esquema vacinal completo -hoje, considerado como três doses primárias de qualquer um dos imunizantes com duas doses ou duas doses da Janssen seguidas de reforço.
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Veja abaixo quais são os principais sintomas de gripe e Covid, como se proteger e quais medidas tomar se você apresentar gripe ou resfriado por um dos vírus.
Como diferenciar os sintomas de gripe e Covid?
Segundo os especialistas, a diferenciação dos sintomas de gripe e Covid não é clara, especialmente em pessoas vacinadas. Em geral, os sintomas mais comuns da infecção pela variante ômicron do coronavírus são dor de garganta, dor de cabeça, coriza e fadiga (cansaço). Outros sintomas que podem aparecer são espirros, tosse, febre, dores no corpo e perda de olfato ou paladar, embora este último não seja mais tão comum quanto com as outras variantes do coronavírus.
Para Kfouri, os sintomas de gripe e Covid em pessoas vacinadas com pelo menos três doses são quase indistinguíveis. “Pode até ser que a influenza dê mais febre alta, chega com um mal-estar mais forte já no primeiro dia, enquanto a Covid demora de 1 a 3 dias para manifestar os sintomas, pode dar mais dor de garganta, perda de olfato. Mas a única maneira de diferenciar é com teste”, explica.
Segundo o infectologista e diretor médico do Grupo Fleury, Celso Granato, a alta circulação do vírus influenza neste momento, especialmente em São Paulo, é refletida também nos exames laboratoriais. “Há duas, três semanas, quando ainda era o período do inverno, eram notificados dois, três casos de gripe por semana. Agora, na semana que passou, foram 1.480 casos, e na semana anterior, 1.577, ou seja, uma explosão”, explica.
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Para ele, a maior circulação do vírus da gripe pode indicar que a probabilidade de uma infecção hoje ser por influenza é maior do que pelo coronavírus, cuja positividade dos testes está em torno de 1,5% a 2%. “Mas ainda temos casos, embora muito menos do que no início do ano.”
Para Raquel Stucchi, professora da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia de São Paulo (SBI-SP), em um cenário ideal teria exame para influenza também na rede pública, mas a oferta é muito escassa. “Fazer o teste quando apresenta sintomas gripais para descartar ou não se é Covid é o primeiro passo”, diz.
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